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| 2.3 | Contaminantes Físicos 2.3.1 | Ruído | | |
| O ruído é um som desagradável e indesejável que perturba o ambiente, contribuindo para o mal-estar, provocando situações de risco para a saúde do ser humano. Mas o som é fundamental para a nossa vivência. É através do som que comunicamos, que ouvimos música, obtemos informações, etc. O som é transmitido de uma fonte sonora, por vibrações, até ao ouvido humano. É sabido que níveis elevados de ruído nos locais de trabalho implicam riscos para a saúde e a segurança dos trabalhadores, originando lesão dos terminais nervosos do ouvido. Contudo, também alterações respiratórias, cardiovasculares, digestivas ou visuais, perturbações do sono e cansaço são efeitos resultantes da existência de ruído no ambiente de trabalho. A diminuição desses riscos, designadamente o de perda de audição, consegue-se pela limitação das exposições ao ruído, sem prejuízo das disposições aplicáveis à limitação da emissão sonora. | |
| 2.3.1.1 | Características do som | | |
| O som é a interpretação pelo nosso sistema auditivo-cerebral de um fenómeno físico: a vibração das partículas de ar que nos rodeia. Quando tocamos a corda de uma viola ou a superfície de um tambor, produz-se SOM, resultante do movimento para um e outro lado da posição de equilíbrio da superfície vibrante. Este movimento, arrasta a camada de ar com que está em contacto, a qual vai provocar sucessivos movimentos de compressão e descompressão nas sucessivas camadas de ar adjacentes. Gera-se, assim, um movimento ondulatório (semelhante ao que se observa quando se lança uma pedra numa superfície de água parada), em que a vibração se propaga no ar, a partir da fonte e em todas as direcções, com uma velocidade aproximada de 340m/s. Ao estudo do som chama-se ACÚSTICA e cobre a génese, propagação e recepção do som. Alguns sons são agradáveis e provocam-nos uma sensação de prazer, outros são desagradáveis e/ou incomodativos. A estes últimos chamamos RUÍDO e o nível de incomodidade depende não só da qualidade do som, mas também da nossa atitude perante cada situação concreta. O som é caracterizado por: Intensidade, que define a amplitude das vibrações; Frequência, que corresponde à velocidade da vibração. A unidade de medida da intensidade do ruído é o decibel(dB) e a unidade de medida da frequência é o Hertz(Hz). Existe ruído com maior intensidade nas baixas frequências e ruído com maior intensidade nas altas-frequências. | |
| 2.3.1.2 | Tipos de ruído | | |
| Geralmente, o ruído produzido em meio industrial é constituído por sons complexos, com intensidades diversas nas várias frequências, isto é, o ruído industrial é uma combinação de vários tipos de ruído: • Uniforme e contínuo | Com pequenas flutuações como um motor eléctrico; • Uniforme intermitente | Ruído constante que inicia e pára alternadamente, como uma máquina automática; • Flutuante | Varia mas mantém um valor médio constante num longo período, como na rebarbagem; • Impulsivo | Com a duração menor que um segundo, como a rebitagem. Assim, para analisar os efeitos dos vários tipos de ruído perante a exposição de um trabalhador, criou-se o conceito de Nível sonoro contínuo equivalente (Leq), expresso em dB(A), que representa um nível sonoro constante equivalente aos vários tipos de ruído durante o mesmo tempo. | |
| 2.3.1.3 | Efeitos do Ruído no Organismo Humano | | |
| Os efeitos do ruído podem afectar o ser humano a nível físico, psíquico e, consequentemente, social. Provas já efectuadas mostram que a poluição sonora não representa um simples incómodo, pois a exposição diária ao ruído ou a sua intensidade pode afectar de diversas formas a saúde física e mental, com consequências mais ou menos graves que vão até ao silêncio da surdez permanente e irreversível. Em Portugal a surdez profissional situa-se em segundo lugar entre as doenças profissionais. A exposição diária dos trabalhadores a níveis sonoros superiores a 85 dB, dependendo das características individuais e de outros factores que integram o ambiente de trabalho, pode causar os seguintes efeitos: • Perturbações fisiológicas | Contracção dos vasos sanguíneos, tensão muscular, etc; • Sistema nervoso central | Alterações da memória e do sono. Dificuldades em adormecer, menor duração de certas fases do sono; • Psíquicos | Irritabilidade, agravamento da ansiedade e da depressão; • Perturbações da actividade | Gerando a fadiga, que é um dos factores de acidentes de trabalho, contribuem para uma diminuição de rendimento no trabalho, influenciando negativamente a produtividade e a qualidade do produto. | |
| 2.3.1.4 | Anatomia do ouvido | | |
| A percepção do som é realizada através do órgão do sentido da audição: o ouvido. Este é constituído por três partes: • Ouvido externo - faz a captação do som; • Ouvido médio - faz a amplificação do som; • Ouvido interno - transforma as ondas de som em sinais adequados de informação – os impulsos nervosos;  A integração e, interpretação destes impulsos sensoriais dentro do cérebro, no córtex auditivo – é a natureza da efectiva percepção auditiva. As exposições pessoais diárias a níveis superiores a 85 dB(A), podem provocar um trauma auditivo, e consequentemente a surdez sonotraumática em que existe uma destruição progressiva, permanente e irreversível do nervo coclear, dando origem a uma das doenças profissionais mais frequentes na nossa indústria: a surdez profissional. O aparelho auditivo é dividido em três partes: estas são o ouvido externo, médio e interno. O som é recebido no ouvido externo e propaga-se através do meato acústico externo (MAE) alcançando a membrana timpânica, e movimenta-a. Este movimento é transmitido via cadeia ossicular ao ouvido interno, uma cavidade situada na estrutura óssea do crânio e preenchida por um líquido. Este líquido, na parte do ouvido interno chamada cóclea, vibra; membranas e células ciliadas dentro da cóclea, muito sensíveis a esta vibração, geram impulsos eléctricos quando apropriadamente estimuladas. Os impulsos são transmitidos através do nervo auditivo ao cérebro, onde são "descodificados". O resultado é uma sensação sonora. Quando a vibração que excita as células ciliadas da cóclea é resultado da cadeia de eventos descrita acima, é chamada de "condução aérea". Quando o som vibra directamente o crâneo e/ou vibra as paredes do MAE, que por seu turno estimulam a cóclea, é chamada de "condução óssea". O órgão sensitivo final, a cóclea, é a mesma em cada caso, apenas o caminho da excitação se altera. Como o som é vibração, o ouvido interno receberá simultaneamente excitação tanto pelo caminho aéreo como pelo ósseo. Na audição normal, a sensitividade da condução óssea é menor do que a correspondente condução aérea. O risco de perda de audição é definido segundo a Norma Portuguesa NP 1733, 1981, baseado em elementos estatísticos e determinado como a diferença entre a percentagem de pessoas que apresentam diminuição da capacidade auditiva de um grupo exposto ao ruído e a percentagem num grupo não exposto, mas em condições equivalentes em todos os outros aspectos. Este risco aumenta não só com a amplitude do nível sonoro e com o tempo de exposição, mas também depende das características do som e varia de indivíduo para indivíduo. | |
| 2.3.1.5 | Outras consequências da perda parcial de audição | | |
| • Dificuldade na compreensão de uma conversa normal; • Dificuldade de reconhecimento de sinais sonoros de aviso; • Isolamento; • Maior necessidade de descanso e relaxamento. O ruído pode também afectar: • A circulação sanguínea (vasoconstrição); • Hipertensão; • Aumento da produção de hormonas (tiróide/adrenalina,...); • Stress; • Dilatação das pupilas; • Dificuldades para dormir. | |
| 2.3.1.6 | Avaliação das exposições diárias ao ruído | | |
| As medições do ruído na indústria são necessárias para: • Determinar se os níveis sonoros que podem levar ou não a lesões auditivas permanentes. Um nível de pressão sonora equivalente ou superior a 85 dB(A), durante um turno de trabalho de 8 horas, deve conduzir a exames mais aprofundados; • Obter uma base útil para as acções de redução do ruído sobre as máquinas e equipamentos; • Determinar de maneira precisa a emissão sonora de uma máquina isolada e poder, assim, compará-la com os valores consignados na garantia ou no caderno de encargos; • Assegurar-se que um nível sonoro não incomoda terceiros, isto é, as zonas residenciais. Para identificar os trabalhadores expostos, o empregador deve proceder à avaliação da «exposição pessoal diária de cada trabalhador ao ruído durante o trabalho», (LEP,d) e dos valores máximos dos picos de nível sonoro, MaxLPICO. O aparelho que geralmente se utiliza na medição do nível sonoro de ruído é o sonómetro. No entanto, para levar a cabo medições de campo, existe ainda, uma diversidade de aparelhagem portátil, por exemplo, dosímetro, registadores gráficos e registadores de fita magnética. | |
| 2.3.1.7 | Ultrapassagem do nível de acção | | |
| Quando as avaliações da exposição pessoal diária de cada trabalhador ao ruído durante o trabalho (LEP,d) revelarem a existência de qualquer trabalhador sujeito a uma exposição igual ou superior ao nível de acção ( Superior a 85 dB(A)) o empregador deve aplicar as seguintes medidas: • Assegurar avaliações periódicas da exposição pessoal diária de cada trabalhador ao ruído durante o trabalho, (LEP,d) e do valor máximo dos picos de nível de pressão sonora, (MAXLPICO) a que cada trabalhador está exposto durante o trabalho; • Para detectar situações de fadiga auditiva, o empregador deve assegurar a vigilância médica e audiométrica da função auditiva dos trabalhadores expostos, com periodicidade trianual, salvo se o médico responsável estipular periodicidade inferior; • Deve pôr gratuitamente à disposição dos trabalhadores protectores de ouvido com atenuação adequada ao ruído a que estão expostos. | |
| 2.3.1.8 | Medidas de protecção e controlo do ruído | | |
| • Eliminar o ruído na fonte; • Reduzir a distribuição do ruído (meio); • Medidas de protecção Individuais (receptor). Como eliminar o ruído na fonte: • Eliminar ou substituir por máquinas mais silenciosas; • Modificar o ritmo de funcionamento da máquina; • Aumentar a distância e reduzir a concentração de máquinas. Como reduzir a distribuição do ruído no local de trabalho (meio): • Revestimento das paredes e do tecto com materiais que absorvem o som (material poroso); • Utilização de divisórias que absorvem som (barreiras silenciadoras); • Construção de cabinas à prova de som (enclausuramento parcial ou total). Medidas de Protecção Individual: • Formar e informar os trabalhadores; • Reduzir o tempo de exposição; • Adequar o tipo de EPI, tendo em conta: • Nível de ruído; • Tipo de trabalho; • Incomodidade; • Factores individuais. | |
| 2.3.2 | Iluminação | | |
| Para a obtenção de um bom ambiente de trabalho é necessário a existência de uma iluminação adequada. A correcta iluminação dos locais e postos de trabalho tem grande influência, quer na saúde dos trabalhadores, quer no seu rendimento, além de afectar a segurança em geral. Uma iluminação correcta num local de trabalho evita tensões psíquicas e fisiológicas aos trabalhadores, proporcionando dessa forma um aumento da produtividade, motivação, desempenho geral, etc. Uma iluminação deficiente, além de provocar atrasos na execução das tarefas, poderá induzir stress, dores de cabeça, fadiga física e nervosa, etc., levando mesmo a aumentos no absentismo. Os locais de trabalho devem ser concebidos de modo a privilegiar uma boa visibilidade. Importância da visão: • Cerca de 80% dos estímulos sensoriais são de natureza óptica; • Boa iluminação; • Eficácia da visão; Consequências por deficiente iluminação: • Danos visuais; • Menor produtividade; • Aumento do nº de Acidentes. | |
| 2.3.2.1 |A Visão Humana | | |
| A visão é um conjunto complexo de fenómenos físicos, fisiológicos e psicológicos, resultante da captação das ondas electromagnéticas, conseguindo detectar uma chama de um fósforo numa noite clara a 15 km de distância. A visão humana tende a acomodar-se a qualquer estímulo luminoso. No caso desse estímulo não ser adequado, a visão cria defesas para exercer essa adaptação. Este processo denomina-se acomodação. O fenómeno da acomodação é feito através da focagem do cristalino, fenómeno este que diminui com a idade por endurecimento progressivo do mesmo. Órgãos receptores (olhos) > Focagem (sistema óptico do cristalino) > Projecção (Retina) > Revelação (Cérebro) | |
| 2.3.2.2 | Funções visuais importantes | | |
| • Acuidade visual - Faculdade de ver claramente os objectos. • Visão estereoscópica - Faculdade de notar os relevos. • Percepção das cores - Faculdade de poder identificar e distinguir as cores. | |
| 2.3.2.3 | Grandezas e unidades fotométricas | | |
| • Fluxo luminoso: Quantidade total de luz emitida por uma fonte luminosa durante um segundo. É medido em lumen (lm). • Intensidade luminosa: Medida de fluxo luminoso emitido numa determinada direcção. É medida em candela (cd). Exemplo: Lâmpada de incandescência de 100 W = 1200 cd • Iluminância: Medida de fluxo luminoso incidente por unidade de superfície. É medida em lux (lx). Exemplos: Dia de sol aberto: 100 000 lx / Noite de luar: 0.25 lx / Boa iluminação de trabalho: 1 000 lux / Boa iluminação rodoviária: 20 lx. • Luminância: Intensidade luminosa emitida, transmitida ou reflectiva por unidade de superfície. É medida em cadelas por metro quadrado (cd/m2). É uma medida de brilho por unidade de superfície. | |
| 2.3.2.4 | Alguns exemplos de iluminação adequada em postos de trabalho. | |
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| 2.3.2.5 | Trabalhar em más condições de iluminação, por deficiente iluminação, pode causar: | |
| • Maior esforço; • Maior cansaço visual; • Tensão nervosa; • Dores de cabeça; • Visão toldada; • Contracções dos músculos; • Postura incorrecta do corpo; • Ansiedade ou nervosismo; • Falta de concentração; • Diminuição da eficácia; • Diminuição da produtividade; • Aumento do número e gravidade de acidentes de trabalho. Um estudo efectuado em cerca de 500 empresas, nas quais foi melhorado o nível de iluminação, obteve os seguintes resultados: • Aumento da produção de 8 a 25%; • Diminuição dos erros até 28%; • Grande diminuição dos acidentes de trabalho até 50%. De um modo geral, uma deficiente iluminação eleva o risco de acidente de trabalho. | |
| 2.3.2.6 | A fadiga visual | | |
| A fadiga visual manifesta-se através de visão toldada e dores de cabeça, contracção dos músculos da face e posição incorrecta do corpo. A fadiga visual pode ter origem no excesso de actividade do músculo ciliar do cristalino ou na retina. | |
| 2.3.2.7 | A visão humana tem a seguinte constituição: | | |
| Constituição Externa: • Cavidade Orbitária • região óssea em forma de cone que se encontra na parte frontal do crânio, revestida por tecido gorduroso de modo a alojar o globo ocular; • Músculos Extrínsecos do Olho • os quais ligam o globo ocular à cavidade orbitária permitindo o seu suporte e movimentos de rotação; • Pálpebras • duas cortinas móveis que protegem o olho da poeira, luz intensa e impactos; • Aparelho Lacrimal • lava e lubrifica o olho.  Constituição Interna: • Esclerótica • parte branca do olho que constitui o suporte externo do globo ocular; • Córnea • tecido transparente funcionando como uma lente fotográfica; • Iris • é um diafragma que possui uma abertura circular o qual regula a quantidade de luz que é admitida no globo ocular; • Retina • é a camada fotoreceptora do olho, transformando as ondas luminosas em impulsos nervosos. | |
| 2.3.2.8 | Efeito Estroboscópico | | |
| Trata-se de um efeito com um grau de perigosidade elevado, uma vez que se verifica em muitos processos fabris, cujas máquinas não possuem adequada protecção mecânica. Esse efeito é aquele que vulgarmente visualizamos em certas jantes de automóveis, cuja sensação nos parece que rodam a uma velocidade inferior ao movimento, ou a determinados tempos estão paradas, ou o movimento é contrário à deslocação do carro. | |
| 2.3.2.9 | Encadeamento | |
| O encadeamento instantâneo ou permanente aparece quando há uma distribuição muito desigual da luminosidade no campo de visão.A luz é uma radiação electromagnética e pode ser decomposta nas cores básicas: • Violeta; • Azul; • Verde; • Amarela; • Laranja; • Vermelho. Cada cor é um conjunto de radiações com um comprimento de onda bem determinado. Como medida eficaz de prevenção: • Requer um conjunto de informações e de sinalização adequada junto das máquinas e, como medida complementar, a introdução de meios de protecção, resguardos amovíveis pintados com cores de perigo (por exemplo, amarelo A305). • O sistema de iluminação fluorescente deverá ser alimentado por corrente eléctrica trifásica, divididas as lâmpadas pelas três fases. Se tal medida não for possível, colocar as lâmpadas fluorescentes aos pares (nunca em número ímpar), impondo cada par com um condensador, ou utilizar balastros de alto factor de potência. | |
| 2.3.2.10 | Quanto ao tipo de iluminação artificial | | |
| • Iluminação geral uniforme É aquela destinada a garantir uma iluminação uniforme em todos os possíveis planos de trabalho. • Iluminação zonal Destinada a iluminar uma área restrita, como um quadro numa sala de formação.• Iluminação localizada pontual Destinada a iluminar uma zona muito restrita, como uma bancada de oficina, uma máquina ou uma ferramenta. • Iluminação combinada A iluminação num local de trabalho é habitualmente feita através de iluminação geral reforçada, segundo os casos, por uma iluminação zonal ou pontual. | |
| 2.3.2.11 | Quanto ao tipo de incidência da luz | | |
| • Iluminação directa Toda a luz que chega ao plano de trabalho vindo de maneira predominante directa desde a fonte luminosa. • Iluminação semi-directa Combinação da luz directa com uma significativa quantidade de luz reflectida pelas paredes, tecto e outros elementos do ambiente. • Iluminação indirecta A fonte luminosa não é visível e apenas a luz reflectida chega ao plano de trabalho. • Iluminação semi-indirecta Uma grande quantidade de luz é direccionada para o tecto, vindo uma parte directamente para o plano de trabalho, proveniente da fonte luminosa. | |
| 2.3.2.12 | As fontes luminosa. As lâmpadas | | |
| As fontes luminosas podem ter natureza diferente: • Térmicas: Sol, lâmpada incandescente - o corpo que constitui a fonte emite radiações luminosas devido à temperatura a que é elevado. • Quânticas: tubos fluorescentes - a excitação eléctrica, química ou térmica de determinados corpos provoca a emissão de luz. No mercado existe hoje uma enorme gama de lâmpadas, divididas por alguns grupos, tais como: incandescentes, de halogéneos, de descarga (fluorescentes, de vapor de sódio). • Incandescentes • Vantagens: • Instalação fácil; • Custo relativamente baixo; • Restituição de cores dos objectos. • Desvantagens: • Rendimento luminoso baixo; • Duração de vida relativamente baixo. • Fluorescentes • Vantagens: • Rendimento luminoso superior às incandescentes; • Duração de vida superior às incandescentes; • Boa restituição de cores dos objectos. • Desvantagens: • O tempo de vida baixa se os arranques forem frequentes; • Actualmente é possível associar a qualidade de restituição cromática ao elevado rendimento, embora seja de custo elevado. • De Vapor (alta ou baixa pressão) • Vantagens: • Rendimento elevado. • Desvantagens: • Má restituição de cores dos objectos; • Produz quase exclusivamente luz de cor amarela. Nota: Utilizada na iluminação exterior. | |
| 2.3.2.13 | Iluminância | | |
| Iluminância - É uma medida do fluxo emitido numa determinada por unidade de superfície. Representada em lx. Exemplos de iluminâncias: Dia sol aberto ≈ 100 000 lx; Céu enevoado no verão ≈ 20 000 lx ; Boa iluminação de trabalho ≈ 1 000 lx; Boa iluminação rodoviária ≈ 20 lx; Noite de lua cheia ≈ 0.25 lx; A iluminância é medida por um aparelho chamado LUXÍMETRO, que é basicamente constituído por uma célula fotoeléctrica. Luminância ou brilho | É uma medida do brilho de uma superfície. Define-se como o quociente entre a intensidade luminosa emitida ou reflectida numa determinada direcção e a área projectada da fonte num plano perpendicular a essa direcção. | |
| 2.3.2.14 | Manutenção da iluminação | | |
| Por vezes, a forma mais simples de assegurar uma boa iluminação, para não permitir a diminuição do fluxo luminoso com o uso, é garantir uma boa manutenção da instalação de iluminação, limpando-a regularmente, para além da substituição atempada das lâmpadas deterioradas. | |
| 2.3.2.15 | Condições para uma Iluminação Adequada | | |
| Deve sempre existir uma preferência pela iluminação natural É a mais adequada sob o ponto de vista fisiológico e psicológico, facilitando a variação da acomodação visual. A iluminação natural amplia o campo de visão, evita efeitos claustrofóbicos e previne o Síndrome Depressivo. Nenhuma fonte luminosa deve aparecer no campo visual dos trabalhadores. A linha que une os olhos à fonte luminosa deve ter um ângulo de 30º com a horizontal. As lâmpadas devem ser colocadas perpendicularmente à linha de visão. É preferível a utilização de um maior número de lâmpadas de menor intensidade que poucas muito potentes. Os dispositivos luminosos devem ser colocados numa direcção que não coincida com aquela para a qual o operador deva olhar frequentemente. Deve evitar-se a utilização de cores e de materiais reflectores para as máquinas, tampos de mesas e painéis de controlo. A iluminação deve ser adequada à necessidade da tarefa. São utilizados valores mais elevados quando: • Os factores de reflexão e os contrastes da tarefa são excepcionalmente fracos; • A rectificação dos erros é morosa; • O desempenho é crítico; • A precisão ou um maior rendimento produtivo têm muita importância; • A capacidade visual do trabalhador o exige. Utilizam-se valores mais baixos quando: • Os factores de reflexão e os contrastes da tarefa são excepcionalmente fracos; • A precisão ou um maior rendimento produtivo têm uma importância secundária. • A tarefa só é executada ocasionalmente; • Os factores de reflexão e os contrastes da tarefa são excepcionalmente fortes; • A precisão ou um maior rendimento produtivo têm uma importância secundária. • A tarefa só é executada ocasionalmente. Deve-se evitar: • Janelas demasiado luminosas; • Paredes branco brilhante associadas a chão escuro; • Quadro negro sobre parede branca; • Superfícies de mesa brilhantes; • Máquinas de escrever / PC escuros sobre superfícies claras; • Os elementos das máquinas brilhantes. | |
| 2.3.3 | Vibrações 2.3.3.1 | Causas e efeitos das vibrações | | |
| As vibrações são efeitos físicos produzidos por certas máquinas, equipamentos e ferramentas vibrantes, que actuam por transmissão de energia mecânica, emitindo oscilações com amplitudes perceptíveis pelos seres humanos. As vibrações são transmitidas aos trabalhadores por certas máquinas pesadas e móveis, tais como: • Tractores agrícolas; • Máquinas de movimentação de terras; • Camiões; • Empilhadores. Mas também por máquinas fixas: • Compressores; • Britadeiras. ou ainda por máquinas portáteis: • Martelos pneumáticos; • Serras; • Lixadeiras. Estes equipamentos podem provocar alterações no organismo humano, causando desconforto e alterações fisiológicas e afectando o rendimento no trabalho. Caso o tempo de exposição seja prolongado, poderão causar lesões permanentes, que são consideradas doenças profissionais. Uma vibração pode ser caracterizada por duas grandezas: Amplitude, normalmente expressa pela aceleração (m/s); Frequência, expressa em Hertz (Hz). As vibrações existentes no meio industrial podem ter origem diversa: • Vibrações provenientes do modo de funcionamento dos equipamentos (máquinas percutantes, compressores alternativos, irregularidades do terreno); • Vibrações provenientes do próprio processo de produção (martelo pneumático, britadeiras); • Vibrações devido à má manutenção de máquinas e ao funcionamento deficiente. Estas vibrações podem ser transmitidas: • A uma parte do corpo, geralmente membros superiores, no trabalho com ferramentas vibrantes ou transmitidas na fabricação; • A todo o corpo humano, como no trabalho na vizinhança de grandes máquinas e vibrações provenientes das máquinas móveis. Efeito das vibrações em função da frequência: • Vibrações elevadas (superiores a 600 Hz) provocam efeitos neuromusculares; • Vibrações superiores a 150 Hz afectam, principalmente, os dedos; • Vibrações entre 70 e 150 Hz chegam até às mãos; • Vibrações entre 40 e 125 Hz provocam efeitos vasculares; • Vibrações de baixa frequência podem provocar lesões nos ossos; • Vibrações de baixa frequência podem provocar lesões nos ossos. As vibrações transmitidas a todo o corpo humano, por baixas e médias frequências, produzem efeitos, sobretudo, ao nível da coluna vertebral, causando o aparecimento de hérnias, lombalgias, afecções do aparelho digestivo e do sistema cardiovascular, perturbação da visão e inibição de reflexos. Quando as vibrações são transmitidas a todo o corpo, este não vibra todo da mesma forma, mas cada parte reage de maneira diferente, reagindo mais fortemente quando submetida a vibrações que se situam na sua própria frequência de ressonância. A frequência de ressonância é a mais nociva para o corpo humano, pois quando o corpo entra em ressonância amplifica a vibração que recebe. Mau estar O mau estar causado pela aceleração das vibrações, depende da frequência das mesmas, da sua direcção e da duração da exposição. Nas vibrações verticais em pessoas sentadas, o mau estar causado pela vibração vertical em qualquer frequência aumenta na proporção da magnitude das vibrações (redução causa/efeito). Interferência com a actividade Os maiores efeitos das vibrações transmitidas ao corpo produzem-se no processo de entrada de informação (visão) e saída (controlo manual). Os efeitos das vibrações sobre a visão e o controlo manual são causados principalmente pelo movimento da parte do corpo afectado (olhos e mãos). Estes efeitos podem ser reduzidos, por exemplo com a alteração do tamanho de monitores ou reduzindo a sensibilidade de um comando. Vibrações Transmitidas às Mãos As vibrações mecânicas provenientes de ferramentas manuais com motor propagam-se no corpo, através das mãos e dos dedos. Ex: Martelos pneumáticos, serras, rebarbadoras, etc... As vibrações mecânicas transmitidas às mãos podem provocar dano, nomeadamente: – Sistema neurológico; – Ossos e articulações; – Sistema muscular; – Sistema nervoso central. Por exemplo, a força com que um trabalhador se agarra a um equipamento de trabalho influencia de forma considerável a absorção da energia transmitida pelas vibrações mão/braço. Quanto maior for a pressão exercida pelo trabalhador, maior é o efeito das vibrações transmitidas pelo equipamento. Escala de efeitos sensoriais • Fase 0 - Exposição a vibrações sem sintomas; • Fase 1- Adormecimento intermitente; • Fase 2 - Adormecimento intermitente, percepção sensorial reduzida; • Fase 3 - Adormecimento intermitente e persistente, dificuldades de manipulação. Vibrações Transmitidas às Mãos – Valores Limite de Exposição • Aceleração = 5 m/s2 VLE - Valores acima dos quais um trabalhador não protegido está exposto a riscos não aceitáveis. Fonte: Proposta da CE para a directiva comunitária sobre agentes físicos. | |
| 2.3.3.2 | Medidas de Intervenção e Controlo | | |
| A análise das vibrações é fundamental para determinar as causas e permitir reduzir e/ou eliminar determinados tipos de vibrações, principalmente aquelas cujo ritmo corresponde à frequência de ressonância do corpo. Para eliminar ou reduzir as vibrações, é fundamental conhecer-se o espectro da análise da vibração. No entanto, há certos princípios básicos que devem ser seguidos: 1. Reduzir as vibrações na origem; 2. Diminuir a transmissão das vibrações ; 3. Reduzir a intensidade das vibrações. Redução das vibrações na origem A redução das vibrações na origem pode passar por adquirir máquinas e ferramentas que cumpram as normas europeias (CE), realizar a manutenção periódica dos equipamentos, substituindo peças gastas, fazendo apertos, alinhamentos, ajustamentos e outras operações aos órgãos mecânicos, de modo a reduzir não só as vibrações como o ruído. As medidas preventivas devem ser tomadas a vários níveis da organização. Direcção: • Consultar um técnico ou um médico especializado; • Formar e informar as pessoas expostas; • Analisar os tempos de exposição; • Tomar medidas no sentido de reduzir a exposição às vibrações. Diminuir a transmissão das vibrações A montagem das máquinas e de equipamentos em sistemas anti-vibráticos, com a utilização de molas e amortecedores e a utilização de materiais para isolamento vibratório (borracha, cortiça, feltros, etc.) é um dos factores que pode proporcionar a redução das vibrações na origem. Redução da intensidade das vibrações O aumentar da inércia do sistema com a adição de massas, permite reduzir a frequência da vibração. A aplicação de medidas de prevenção, quer colectivas quer individuais, torna-se difícil, pelo que se deve procurar esquemas de organização do trabalho e das tarefas de forma a diminuir o tempo de exposição dos trabalhadores às vibrações e contribuir para a diminuição de doenças profissionais graves. Todos os trabalhadores expostos às vibrações devem ser informados dos riscos a que estão sujeitos e dos meios de os evitar. | |
| 2.3.3.3 | Medição da exposição a vibrações transmitidas ao corpo | |
| A exposição profissional às vibrações do corpo dá-se, conforme já foi visto, principalmente em veículos de transporte, mas também em alguns processos industriais. A exposição mais comum às vibrações verifica-se em situações tais como a utilização de veículos todo o terreno, incluindo máquinas de movimentação de terras, camiões industriais e tractores agrícolas. Exemplos : • Condução de tractores; • Veículos de combate; • Outros veículos todo-o-terreno; • Máquinas de movimentação de terras; • Elevadores; • Condução de alguns camiões; • Condução de embarcações; • Máquinas industriais; • Martelos pneumáticos, etc… | |