A remoção ou movimentação de um acidentado deve ser feita com um máximo de cuidado, a fim de não agravar as lesões existentes.
Seguidamente são apresentadas duas técnicas para mobilização de vítimas traumatizadas. O Rolamento e o Levantamento:


 
14.1| Rolamento
 

 

Esta técnica necessita de, pelo menos, três elementos, sendo o ideal quatro.
Pode ser aplicada na mobilização de vítimas inconscientes, traumatizadas, sem suspeita de lesão de cintura pélvica (deverão ser sempre mobilizadas como se tivessem lesão cervical).
Devem ser evitados movimentos desnecessários.

Optar sempre pela técnica de levantamento nas vítimas em decúbito dorsal em casos de:
• fracturas da cintura pélvica;
• eviscerações;
• objectos empalados;
• politraumatismos laterais.


  14.2. | Como actuar
 

 

1°- O chefe da equipa fará a imobilização, a tracção e o alinhamento possíveis da coluna cervical, segundo o eixo nariz, umbigo e pés. Comandará os movimentos que se seguem, sempre com atenção ao alinhamento e ao local de chegada da vítima, durante e após o rolamento.

 

14.2.1.| Vítima em decúbito dorsal


14.2.1.1. O segundo elemento colocar-se-á lateralmente, de joelhos, com o plano duro entre si e o corpo da vítima, inclinado, encostado às suas coxas, de forma a que o topo fique ao nível superior da cabeça da vítima;
 

14.2.1.2. O terceiro e o quarto elementos, no lado oposto, colocarão os membros da vítima ao longo do corpo da mesma, por forma a permitir o rolamento e, sempre a comando do chefe de equipa. Também sobre a orientação do chefe e com a ajuda de um segundo elemento que poderá ser uma pessoa que se encontre no local, rolarão para eles o corpo, mantendo o alinhamento e a imobilização da coluna vertebral, para que o segundo elemento ajuste o plano duro à região dorsal;

14.2.1.3. De seguida, enquanto este segundo elemento vai diminuindo a inclinação do plano duro o terceiro e o quarto vão rolando o corpo da vítima para cima dele, acompanhando o movimento, até à horizontal;


A comando do chefe, a vítima é centrada no plano duro, procedendo-se de seguida à sua imobilização, com os estabilizadores laterais de cabeça e pelo menos três cintos no plano.

14.2.2 | Vítima em decúbito ventral


O segundo elemento ajustará o plano duro ao corpo da vítima, coloca-se no lado para onde irá rolar a vítima, enquanto o terceiro e o quarto elementos ficarão do lado oposto. Farão o rolamento do corpo da vítima para cima do Plano, tendo em atenção que o braço da vítima do lado do Plano que, se for possível, deverá ser elevado ao lado da cabeça.
14.2.2.1. Ao comando do chefe de equipa a vítima é centrada no plano duro, sendo então aplicado o colar cervical.

 

  14.3 | Levantamento
 

 

Um levantamento correcto necessita de, pelo menos, quatro elementos, até ao número ideal de seis.
Todos os movimentos desnecessários devem ser evitados.
Como actuar:


1. Antes de realizar o levantamento deve fazer-se ou manter-se a tracção, alinhamento e imobilização cervical, e aplicar o colar cervical. O chefe da equipa tem as seguintes responsabilidades:
• manter a imobilização da vítima;
• manter o alinhamento segundo o eixo nariz, umbigo e pés;

• comandar todos os movimentos.

 

 

 

2. Os restantes elementos devem colocar-se 2 a 2 de cada lado da vítima. Com o mesmo joelho no chão, colocam correctamente os membros da vítima de forma a permitir o levantamento. Por fim, um sexto elemento introduzirá o plano duro por debaixo da vítima.
Nota: O quarto, quinto e sexto elementos não necessitam de formação especial e podem ser elementos da população.


3. Colocação das mãos
Para percepcionar a correcta posição durante o levantamento, todos os elementos alinham as mãos com as palmas para cima sobre a vítima. As mãos de cada elemento alternam com as do elemento que se encontra à sua frente (ver foto). Desta forma as mãos serão posicionadas de maneira a distribuir o peso (da cintura escapular, do tronco, cintura pélvica e dos membros) da vítima, para que esta seja mobilizada o menos possível.

 

 

4. Introduzir
De seguida, sem perturbar o alinhamento, as mãos devem ser introduzidas por debaixo da vítima, com movimentos de deslizamento.

5. Levantar
O levantamento é feito em bloco, até à altura do joelho, sempre segundo indicação expressa do chefe de equipa (P.Ex. “à voz de três”).

6. Introdução do plano duro
O plano duro será introduzido por baixo da vítima, pelo lado dos pés, de forma a que o topo do plano fique ao nível superior da cabeça da vítima.

7. Na ausência de plano duro pode utilizar-se caso exista, uma maca de vácuo. Esta, previamente endurecida, pode ser utilizada como plano duro inicial.

8. Baixar
Sob indicação do chefe de equipa, o abaixamento é realizado em bloco.
As mãos devem ser retiradas com os mesmos cuidados que se teve quando foram introduzidas.

9. A comando do chefe, a vítima é centrada no plano duro, procedendo-se de seguida à sua imobilização, com os estabilizadores laterais de cabeça e pelo menos três cintos no plano.